"Assim, Joaquim, faça um refrão; Miralina, junte uma rima; Antònio junte tudo numa estrofe e quem sabe, com a ajuda de todos façamos, nós, um soneto estrambótico, que isso não é coisa para qualquer um não. Há de ter ciência, há de ter dor, há de ter temor, há de ter sofrer, e há de ter felicidade, porque todo soneto, toda poesia e todo poema veio ao mundo com um único objetivo: Trazer os homens para junto da divindade, porque um poema é divindade; uma flor, é divindade; um rio, cachoeira o mar, divindades; e o Amor, ah! o amor, esse é a mais pura, a mais devota e a que junta mais seres em torno de qualquer coisa, como uma fogueira na beira do mar, apenas e tão-somente para que nós, os amantes do Amor, saiámos correndo, pés descalços, se embalando e se embolando, ora na areia; ora nas ondas do mar; ora ao sol escaldante, ora à luz do luar".
Abraço.
Lustato Tenterrara
